segunda-feira, 15 de novembro de 2010

VOLTAR SIGNIFICA VOLTAR?

“Voltou, meu tricolor voltou! Meu tricolor voltou! Meu tricolor voltou!” O Bahia está de volta à primeira divisão. No campo, sem tapetão, sem tragédias nas arquibancadas. Que alegria, que felicidade. Há quanto tempo não pulávamos tanto, há quanto tempo não sorríamos tanto, há quanto tempo não sentíamos tanto prazer com o Bahia. A emoção retornou aos nossos corpos, a vibração se fez presente, o contentamento se espalhou pela cidade. Agora é possível gritar a plenos pulmões de alegria: Bora Baêeeeaaaaa!

Nesse momento não podemos deixar de prestar nossa homenagem e manifestar nosso agradecimento a vários participantes dessa jornada. Em primeiro lugar, aos heróicos jogadores que foram em campo os principais responsáveis por esse retorno. Foram valorosos, lutadores, dedicados, enfim, encarnaram a mística da camisa tricolor conquistadora. Muitos triunfos foram obtidos fora de Salvador com base na tática, na técnica, mas principalmente na garra. É verdade que tropeços ocorreram, que houve limitações técnicas, que muitas vezes tomamos sufoco sem sentido, mas o objetivo final foi alcançado. Os jogadores tiveram que vencer inclusive, em alguns momentos, a óbvia apreensão provocada pelo atraso nos salários.

Também precisamos parabenizar toda a comissão técnica tricolor pela dedicação, em especial o treinador Márcio Araújo. Ele deu consistência, coesão e arrumação tática ao elenco, ao tempo em que recebeu novos reforços e os encaixou perfeitamente no esquema montado. Em várias ocasiões houve discordância da torcida, em especial no quesito substituições e mudanças de postura no decorrer do segundo tempo, mas foi inquestionável o espírito de equipe que ele soube imprimir ao time.

Um agradecimento em especial devemos dar ao corpo de funcionários do Bahia que há anos vem enfrentando as dificuldades desestruturantes de atraso de salários, mas que manteve o empenho em dar o suporte necessário para jogadores e comissão técnica desempenharem as sua funções. Sem esses auxiliares fundamentais temos certeza que não seria possível alcançar a subida para a série A.

E, é lógico, não poderia deixar de haver uma verdadeira reverência à torcida tricolor. Essa torcida que sofreu violentamente nos últimos oito anos todo o tipo de desrespeito: vergonhosas derrotas do time em campo, maior jejum de títulos, desconsideração às suas reivindicações por mudanças, humilhações vindas da torcida do rival, rebaixamentos para a segunda e para a terceira divisão do futebol brasileiro, entre outras amarguras. E, apesar de tudo isso, se manteve fiel, presente e com a sua garra característica, cheia de vontade que o seu clube do coração saísse dessa fase de derrotas.

Mas não podemos ser injustos com o estilo de administração que há anos vem conduzindo os destinos do clube e com a atual diretoria que é uma continuação do mesmo. Não podemos esquecer que independente de jogadores que vão e vêm, treinadores e comissões técnicas diferentes, de funcionários que se alternam, um mesmo grupo (com variações de nomes) permanece há mais de 30 anos dirigindo o Bahia. E se eles agora querem dizer que foram os responsáveis pela volta à série A, queremos nós lembrar que eles foram os responsáveis pela deterioração econômica do clube e pelos últimos oito anos que foi o período de maior ostracismo nacional e de falta de títulos da nossa história. Ou seja: foram eles os responsáveis pela ida do Bahia para a série B e para a série C.

E então perguntamos: voltar para a primeira divisão será também voltar para os mesmos erros que nos conduziram à série B e à série C? Será voltar para as derrotas humilhantes de 7 a 0 em casa para o Cruzeiro? Ou de 6 a 0 para o Flamengo no Rio?Ou de 7 a 4 para o Santos em Salvador? Será voltar para a formação de times medíocres em função de acordos com empresários? Será voltar a vender jogadores bons ou promissores a preços abaixo do mercado e sem transparência na prestação de contas? Será arrecadar muito mais dinheiro e aumentar infinitamente mais os débitos do clube? Será voltar a deteriorar a infraestrutura do clube e atrasar os salários de funcionários e jogadores? Será nos conduzir de novo à série B e depois à C para encarar de novo perder de 7 a 2, fora, para o Ferroviário do Ceará? Será voltar a ser derrotado pelo rival por 6 a 2 ou 6 a 5? Será ficar em 9° lugar no Campeonato Baiano? Será continuar a não conquistar um título baiano por mais oito anos? Será ser eliminado na primeira fase da Copa do Brasil por Ceilândia e Icasa? Quem deixou o time ir para os porões do futebol brasileiro tinha a obrigação de reconduzí-lo para o lugar de onde jamais deveria ter saído. E isso deveria ter sido feito imediatamente e não depois de 7 anos, além de uma virada de mesa anterior.

E voltar para a primeira divisão será manter o feudalismo na direção do clube? Será não favorecer a democracia no clube? Será não realizar eleições livres, diretas e sem filtros para manter o mesmo grupo atual no poder? Será não modificar os estatutos para torná-lo mais democrático, participativo e atualizado? Será continuar a não existir um plano de associação em massa? Será continuar a tratar os sócios patrimoniais de forma desrespeitosa e discriminatória, a ponto de eles não terem nenhuma prioridade sequer na compra de ingressos para os jogos? Será continuar a não ter transparência na prestação de contas? Será não profissionalizar todos os quadros diretivos? Será não renovar o Conselho Deliberativo inteiramente sob bases de maior participação e responsabilidade para quem dele fizer parte? Será continuar a aumentar a dívida do clube? Será não ter um plano de propaganda da marca Bahia que aumente as receitas, mostre com transparência as contas e incentive a ampliação do quadro de sócios? Será continuar a querer enganar a opinião pública fazendo parecer que a oposição é que não quer a modernização do clube, escondendo que na última assembléia o que houve foi uma manipulação da votação por parte da diretoria a fim de não perder e que, por isso, a oposição entrou na justiça?

É por toda essa história que dizemos que não é possível dar credibilidade a esse modelo de gestão do Bahia. Foi esse modelo falido e obsoleto que nos levou às séries B e C. E acabará nos levando de novo se não mudarmos ele. E é por isso que a Revolução Tricolor se mantém na oposição a essa diretoria porque sabe que a subida para a série A não implica em mudanças profundas e radicais na maneira de gerir o clube.

A Revolução Tricolor não quer nunca mais cantar “Voltou, meu tricolor voltou! Meu tricolor voltou! Meu tricolor voltou!”, mas sim “Mudou, meu tricolor mudou! Meu tricolor mudou! Meu tricolor mudou!”


ASSOCIAR PARA MUDAR!

6 comentários:

MATHEUS disse...

Muito bom o texto!
Apesar desse momento de alegria, os pés no chão tem que continuar e a luta jamaise ser cessada!
Esse texto ganhou minha ida na próxima reunião da revolução!
um abraço!
sds
Matheus CõrôA...

Anônimo disse...

só faltou marcelinho kkkkkkkkkk

Vinicius disse...

Cara como me associo? se eu me associar como eu pago minhas parcelas mensais, tenho que ir na sede para ficar pagando é? ou boleto bancário? como é que eu pago as mensalidades?

Vitor Ferraz disse...

Vinicius

nos mande um e-mail com as suas dúvidas.
contato.revolucaotricolor@gmail.com

Assim poderemos conversra melhor a respeito.

St

Unknown disse...

QUero Fazer PArceria com vcs Entre em contato meu msn danilosed@hotmail.com

Unknown disse...

querofazer parceira com vcs entrem em contato daniloseds@hotmail.com