À
torcida tricolor,
A
Revolução Tricolor é um grupo de sócios do Esporte Clube Bahia que lutam,
através das vias legais, por mudanças mais profundas no clube, como a
democratização, a transparência e a efetiva participação da torcida nas
decisões mais importantes da vida do Bahia.
Entendemos
que a atuação correta dos diretores de uma agremiação tão importante tem como
exigência a presença constante da autoridade responsável, a prestação de
informações e contas ao torcedor, o convite à participação dos interessados, o
respeito às leis e regimentos que compõem a base jurídica de legitimidade de
uma organização, bem como a busca pelo seu aprimoramento e adequação à
contemporaneidade.
A
ação judicial que hoje tramita no Tribunal de Justiça do Estado da Bahia é
decorrência de uma expulsão injustificada de conselheiros deliberativos do
clube, às vésperas da eleição para presidência, que se mostrou a ponta de um
verdadeiro iceberg de irregularidades na composição do órgão. Para ficarmos em
um fato de conhecimento público, mais de um conselheiro do Bahia já se
manifestou no sentido de nunca ter sido sócio do clube e ter o seu nome
incluído em tão importante órgão de maneira surpreendente. Na verdade, para
ocupar tal posição, o tricolor deveria ser associado do clube há pelo menos 36
meses (3 anos)...
Foi
este órgão contra o qual constam várias denúncias de ilegalidades que reelegeu
o presidente Marcelo Guimarães Filho, que aprovou contratos e participou da
elaboração do novo Estatuto Social do Bahia, que ficou longe de implantar as prometidas
democracia e abertura do clube, configurando apenas mais uma etapa de um
projeto de poder que não tem prazo para acabar.
O
juiz de 1º grau concordou com o sócio tricolor que entrou com a ação e
determinou a intervenção judicial no Bahia. O clube recorreu e uma nova
decisão, agora do Tribunal, pode ser divulgada a qualquer momento.
Se
o Tribunal de Justiça decretar a intervenção, o interventor terá o poder de
confirmar alguns contratos assinados pelo clube, enquanto promove um
recadastramento de sócios e novas eleições para os órgãos da agremiação, após a
destituição de todos aqueles que foram eleitos sob suspeitas de ilicitudes.
Poderá também estabelecer parâmetros para uma eleição corretamente desenvolvida
e para proporcionar que a torcida tricolor tenha voz no novo Bahia que pode
surgir. Não será ele o novo presidente do Bahia, mas alguém que conduzirá uma
transição com vistas a assegurar a reformulação político-administrativa da
agremiação, a fim de que sejam eleitos um conselho e uma diretoria com
legitimidade.
Haverá
muita informação falsa divulgada caso haja mesmo a intervenção judicial. Dirão
(como disseram no ano passado) que os parceiros comerciais do clube sairão, o
que não é verdade. Os seus contratos foram firmados com o Bahia e não com os
seus diretores em nome próprio, e o interventor tem plenos poderes para
ratificá-los. Falarão ainda que o clube vai ser rebaixado, para atemorizar a
torcida. Aqueles que acompanharam as recentes humilhações, porém, sabem que o caminho
do Bahia tende a ser o retorno à Série B se ficar com a diretoria que já
demonstrou sua incompetência e aversão à democracia no comando do clube.
O
torcedor do Bahia que hoje se sente órfão, em meio à turbulência dos desmandos
e da incompetência, tem no seu horizonte um futuro mais próspero que se desenha
com a renovação efetiva que pode vir desta intervenção. É seu direito (e dever)
acompanhar os passos deste processo e buscar a aproximação ao quadro social do
clube, para que possa colaborar na reconstrução de um Bahia grande, democrático
e vencedor.
O
Bahia não é apenas um clube de futebol: é bem cultural, social e imaterial, que
pela sua dimensão e importância tem a amplitude de um verdadeiro bem público,
ente representativo da alegria e cultura de um povo. Toda a sociedade baiana
precisa tomar parte nesta luta que ganha corpo e já encontra eco na imprensa
nacional, capitaneada por figuras como o grande jornalista Juca Kfouri.
Unidos, fiscalizaremos o desenrolar desta revolução
que está por vir. A intervenção judicial pode ser um catalisador de todo este
processo e devemos velar por ela, mas a mudança efetiva do Bahia há de ser
ainda maior que isso, conduzida pela sua imensa torcida que precisa tomar as
rédeas do nosso clube.
Exijam
mudanças, divulguem iniciativas, clamem por melhorias, deem o grito de
independência e sejam parte deste novo Bahia que está surgindo.
ASSOCIAR PARA MUDAR!