sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

NOTA DE APOIO AO JORNALISTA JOÃO CARLOS TEIXEIRA GOMES, O JOCA.

Há poucos meses atrás um articulista escreveu em um jornal de grande circulação que no Brasil não houve uma ditadura militar e sim uma “ditabranda”. A grita foi geral: os que viveram aqueles anos sabem muito bem o que sofreram. E a conclusão foi óbvia: a história é implacável e quem a queira falsear será tragado por ela e se exporá no ridículo.
O que houve no Brasil foi ditadura sim. Foi autoritária, truculenta, e violenta. Portanto, foi ditadura. Não permitia a liberdade, excluía a maioria e favorecia a uma minoria. Portanto, foi ditadura. Não tinha transparência, não permitia a participação e não tinha eleições diretas. Portanto, foi ditadura. Enfim, deixou para as gerações seguintes o rastro de destruição na cultura, na educação e no bem-estar coletivo. Portanto, foi ditadura sim.
E ainda hoje vivenciamos as marcas da ditadura em nosso viver: falta de credibilidade nas instituições, separação entre economia e governo, desmobilização da juventude, ceticismo quanto à participação política, apelo à violência como recurso banal, falta de respeito ao outro, discriminações e tantas outras mazelas.
Na Bahia faz pouco tempo que começamos a nos livrar de marcas ainda mais cruas e diretas da ditadura: permanência do clientelismo e do apadrinhamento. Uso da intimidação, do autoritarismo e da truculência. Abuso da mentira, da manipulação de informações e da ocultação de dados. Usurpação do estado para benefício de minorias privilegiadas e mediocrização da vida cultural. Ou seja, éramos cercados por um coronelismo do tipo mais vagabundo, rasteiro e violento. Vivíamos na Bahia uma ditadura, sim.
Mas em um patrimônio cultural da Bahia ainda hoje vivemos uma verdadeira ditadura. Estamos nos referindo ao Esporte Clube Bahia. A vida desse gigante em torcida, enorme em glórias e descomunal em histórias é hoje de uma pequenez esquizóide. Condenado ao ostracismo do futebol brasileiro, está longe da 1ª divisão há 6 anos, não conquista um mísero título estadual há 8 anos, tem apresentado times absolutamente medíocres na última década, está à beira da insolvência, está perdendo aos poucos seu já pequeno patrimônio físico, enfim, encontra-se à beira do abismo.
E todo esse caos se nutre do caldo de uma ditadura. Ditadura sim. É autoritária, truculenta, e violenta. Portanto, é ditadura. Não permite a liberdade, exclui a maioria e favorece a uma minoria. Portanto, é ditadura. Não tem transparência, não permite a participação e não tem eleições diretas. Portanto, é ditadura. Enfim, deixa para as gerações seguintes o rastro de destruição na cultura, na história e no prazer coletivo. Portanto, é ditadura sim.
E o coronelismo do passado recente está igualmente arraigado no Esporte Clube Bahia e é também expressão de ditadura. Permanece o clientelismo e o apadrinhamento. Usa-se da intimidação, do autoritarismo e da truculência. Abusa-se da mentira, da manipulação de informações e da ocultação de dados. Usurpa-se do clube para benefício de minorias privilegiadas e mediocriza-se a história de glórias desse símbolo da Bahia. Ou seja, estamos cercados por um coronelismo do tipo mais vagabundo, rasteiro e violento. Vivemos no Bahia uma ditadura, sim.
E um dos recursos mais usados desde a época da ditadura militar é repetido agora no Bahia: desviar o foco do questionamento para detalhes técnicos que visam apenas criar um clima de desqualificação de quem faz a denúncia. É o caso da interpelação ao jornalista João Carlos Teixeira Gomes, o Joca, um torcedor símbolo do clube, pois é filho do primeiro goleiro que defendeu o tricolor.
A direção do Bahia nada responde às pertinentes críticas feitas por Joca e se atém a uma frase, escrita por ele, de caráter genérico e retirada de um contexto. Qual o debate fundamental: contestar as críticas notórias e históricas que põem a nu a atual situação do clube ou fazer alarde por se sentir ofendido sem que o tenha sido?
Mas Joca sabe muito bem o valor da história e como encarar ditaduras. Sempre soube denunciar e enfrentar a ditadura militar e o coronelismo baiano. Nunca se intimidou e sempre saiu vencedor. Não será agora diferente. Porque ele sabe que a história é implacável e quem a queira falsear será tragado por ela e se exporá no ridículo.
Cerramos fileira ao seu lado, Joca! Conte com esses combatentes revolucionários para essa luta! Como diria um certo comandante: “¡Hasta la victoria, siempre!”

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